Lendo e ouvindo a música


Fofas


Desenhos de Jorge Queiroz da Silva

terça-feira, 30 de junho de 2009

A quarta mala de vida

A quarta mala de nossa vida é uma mala de grande responsabilidade.Ela diz respeito à saúde e aos cuidados pessoais, e envolve a nossa caminhada e estadia na terra. E como compreender que esta mala é com certeza, uma “mala hereditária”?Ela já esta amarrada e depositada em nossos genes, ela faz parte do nosso sangue, ela se liga às nossas imperfeições ósseas, elas herdam sinais, e complicam por demais a vida do seu portador e carregador. Este, coitado, só vai prestar atenção nas deficiências, quando na fase adulta. Sempre carreguei esta “mala” com muito cuidado, pois eu não conseguia entender a morte prematura do meu pai, um homem cheio de saúde, que deixou a vida aos 37 anos de idade, sem nunca ter tido uma gripe sequer.Partindo daí, eu iniciei um processo de observação sobre as coisas da minha “mala de saúde”, eu não acreditava que a carregaria por mais de 37 anos.Juro que fiquei complexado ao sentir que o meu gigante de saúde, tinha desabado com uma bagagem tão notória de proteção corporal.Fui então analisando tudo, com muita calma, e senti e intui,que todos os males de saúde, que me levariam a sucumbir, assim como a meu pai, prematuramente, seria com certeza por deficiência da circulação sanguínea. Arquivei esses pensamentos na memória e ninguém me fez pensar diferente.Observei que tudo o que ocorreu a meu pai, foi relativo a problemas do seu aparelho circulatório.Sua alimentação era básica da comida típica do nordeste, pois ele era pernambucano, acostumado a saborear as famosas buchadas e o tradicional sarapatel de carne de porco, bem como uma deliciosa carne seca assada, com uma espessa farofa de mandioca, carregada em ovos. Todos estes pratos bem dosados de um forte colesterol. E ainda por cima, diariamente, fumava dois maços de cigarros.O fumo, na época, era considerado um vício pouco combatido pelas autoridades médicas, visto que não era para qualquer um conseguir fumar um cigarro, onde até o fumo de rolo era usado freqüentemente por algumas mulheres.Meu pai fumava um cigarro fortíssimo que era vendido em carteiras glamorosas, o tradicional Jóquei Clube e fazia um uso inteiramente sem ponteiras ou filtros além do que, como todo bom carioca, socialmente tomava uma boa pinga.Gostava ele mesmo de preparar suas refeições e tudo isso, naquela época eram costumes brasileiros, que todos tinham sem nenhuma defesa médica, pois a nossa medicina ainda engatinhava nas descobertas.Nesse ano de 1946, por todas estas causas e deficiências do controle dos serviços de saúde, ele veio a falecer. E por este motivo, eu sempre procurei buscar na circulação sanguínea, a minha defesa pessoal.Hoje já passando dos 75, já estou acima dos meus objetivos esperados, e não sei até aonde chegarei, mas sei que levarei comigo diariamente na minha bagagem, sempre uma “aspirina e uma castanha da índia”, que me fazem companhia de segurança e me fazem acreditar que estou diariamente seguro na organização da minha “mala de saúde”.Espero que este meu comentário não venha a servir de receita para ninguém, pois já enfartei .Esse incidente mudou totalmente a minha anterior mala de saúde, pois não me sinto ainda garantido, depois do meu enfarto. Faço caminhadas e ginástica rítmica e estou sempre acompanhado do meu “captopril e do meu liptor”, os meus perenes guarda-costas.Já dobrei a idade de vida do meu pai, acabando com a minha cisma de que eu não atingiria jamais os 37 anos.Observem portanto com cuidado, a sua mala de saúde, pois ela é e será sempre de vital importância, dentro da nova escola médica brasileira!

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