Crises, quem não as tem? Crises irritam, crises causam mal-estar, crises dão final às coisas estáveis, crises tiram o sono, crises nos tiram a saúde. E por que não buscar para cada crise, uma saída, será a maneira mais simples de matar uma crise, uma perfeita saída, que pode ser diplomática, política, duvidosa, perigosa ou até rancorosa. Vou comentar crises profissionais, pois as pessoais são confusas, e para cada crise pessoal, existe uma saída pessoal, e a saída pessoal é como as impressões digitais, é inimitável , tem reflexos de criação, de ambiente, de família, de cultura, de nível social e de objetivos. Eu tinha emprego estável, era o meu desafio profissional, segurava uma posição de destaque na empresa, comandava todo o movimento financeiro, em suma, a responsabilidade de um caixa de duzentos e cinquenta milhões de dólares. Meu patrão, um banqueiro e industrial europeu, calçado pela força financeira do seu aval pessoal, que lhe dava confiança de trazer dinheiro do exterior, no momento que ele quisesse,pois era muito conhecido internacionalmente. Infelizmente, uma crise no Brasil, fez com que o nosso governo, criasse pelo seu Banco Central, uma instrução normativa que impedia a sua flexibilidade, e que se algum empresário por que motivo fosse, trouxesse recursos do exterior, teria os mesmos bloqueados, e sua liberação só ocorreria num prazo mínimo de trinta a cento e vinte dias. Vale salientar que aquela instrução só trouxe irritação ao meio comercial e industrial brasileiro. Pensei então numa saída para facilitar os negócios do meu patrão ,já que ele queria trazer o dinheiro de fora e o governo lhe tirava tal possibilidade. Conversei com a diretoria de uma Financeira e mostrei o nosso dilema, por precisar do dinheiro, pois o BNDE, exigia que aumentássemos o capital da sociedade em oitenta e cinco milhões de dólares, conforme contrato de financiamento. Pensamos juntos e fizemos um novo financiamento encima da compra de sessenta vagões graneleiros, que já haviam sido financiados pela mesma financeira. Em garantia de tal financiamento pelo saldo de valor comercial conseguimos re- financiar, normalizando afinal, o tal aumento de capital, exigido pelo BNDE. Daí então, surgiu uma nova idéia e buscamos o caminho via negócios bancários no Paraguai, pois o câmbio entre aquela nação e o Brasil, era livre por ser um País latino. Meu patrão passou a trazer dólares, via Paraguai, sempre como pessoa física, transferindo em cruzeiros no Rio de Janeiro para um Banco brasileiro, na sua conta de pessoa física. Assim procedeu, até que a tal crise criada pela instrução normativa do Banco Central tivesse fim. Pude, naquela oportunidade, comprovar que crise se combate com saídas, e as saídas estão aí, só falta a nós sabermos utilizá-las.
(Jorge Queiroz - julho/2009)
Fonte da imagem:direitoeconomia.com
Caro amigo.
ResponderExcluirPassei para agradecer
sua visita ao meu espaço de idéias,
e conhecer este espaço de pensamentos.
Importante encontrar palavras
cheias de sentidos.
Palavras são poderosas.
Tem o dom de nos transformar
e transformar o mundo.
Alegrias plenas para ti.