No meu tempo de menino e olhem que já lá se vão muitos anos, meu pai que era um freqüentador assíduo de todos os estádios de futebol, sempre me levava com ele.
Naquela época, os trabalhadores do Brasil não tinham outra forma de se divertirem diurnamente senão acompanhando os campeonatos regionais.
Lembro-me bem de minhas idas aqueles estádios.
O futebol brasileiro era muito mais bairrista do que atualmente, pois os campos eram distribuídos pelos bairros e na capital do Estado, a cidade de Niterói.
Como Fluminense doente, comparecíamos a todos os jogos. Meu tio e padrinho, o Carreiro,jogador do Clube de nossa devoção, tinha sempre o cuidado de me colocar a par de todas as nuances do futebol e em todas as vezes que ele entrava em campo ia na direção onde eu e meu pai nos encontrávamos, junto ao alambrado e isso nem sempre era fácil, haja vista que com o estádio cheio era difícil nos localizar.
Meu pai, no modelo dos homens da época, ia aqueles jogos vestido de terno, gravata e chapéu. Minha vestimenta era igual, apenas não a compunha o chapéu. Naquele momento em que meu tio nos procurava, meu pai costumava tirar o chapéu da cabeça e acenar para ele com o mesmo. Assim, nos localizando, meu tio caminhava até nossa direção e eu, um menino de apenas sete anos era entregue ao meu tio por cima do alambrado para que ele me levasse a boca do túnel de ingresso, onde eu permanecia no banco de reservas, junto aos jogadores.
Naqueles momentos eu conheci todos os campos dos estádios do Rio de Janeiro – os da zona sul, norte e oeste.
Freqüentei também alguns estádios de Niterói, como o principal deles, o Caio Martins.
Recordo-me que quando terminava o primeiro tempo dos jogos, meu tio me conduzia pela mão até o vestiário onde o técnico do Clube, o uruguaio Ondino Vieira fazia sua preleção, analisando o comportamento de cada jogador. Era ali que eu me enchia de conhecimentos futebolísticos.
Num dia inesquecível para mim, o Bonsucesso que havia derrotado todos os grandes clubes durante o campeonato, ia jogar contra o Fluminense e seu goleiro, o chamado Madalena que defendia pênaltis com apenas uma das mãos, foi ressaltado numa jogada indevida pelo técnico do Fluminense para que não permanecesse na partida, visando obter uma expulsão provocada daquele jogador.
Chamou meu tio Carreiro e o instruiu para que no primeiro corner contra o Bonsucesso ele atacasse o Madalena e esquecesse a bola, causando uma briga entre os dois e gerando expulsões. Assim, os dois seriam expulsos e com isso o Fluminense com o gol aberto, poderia ganhar a partida, haja vista que o Madalena era um jogador insubstituível.
O técnico assim, provocou a vitória do Fluminense por quatro a um.
Jamais em toda a minha vida, deixarei de ter na memória esse dia tão importante para mim.
Afirmo que os subterrâneos do futebol brasileiro tem fatos incalculáveis.
Naquela época, os trabalhadores do Brasil não tinham outra forma de se divertirem diurnamente senão acompanhando os campeonatos regionais.
Lembro-me bem de minhas idas aqueles estádios.
O futebol brasileiro era muito mais bairrista do que atualmente, pois os campos eram distribuídos pelos bairros e na capital do Estado, a cidade de Niterói.
Como Fluminense doente, comparecíamos a todos os jogos. Meu tio e padrinho, o Carreiro,jogador do Clube de nossa devoção, tinha sempre o cuidado de me colocar a par de todas as nuances do futebol e em todas as vezes que ele entrava em campo ia na direção onde eu e meu pai nos encontrávamos, junto ao alambrado e isso nem sempre era fácil, haja vista que com o estádio cheio era difícil nos localizar.
Meu pai, no modelo dos homens da época, ia aqueles jogos vestido de terno, gravata e chapéu. Minha vestimenta era igual, apenas não a compunha o chapéu. Naquele momento em que meu tio nos procurava, meu pai costumava tirar o chapéu da cabeça e acenar para ele com o mesmo. Assim, nos localizando, meu tio caminhava até nossa direção e eu, um menino de apenas sete anos era entregue ao meu tio por cima do alambrado para que ele me levasse a boca do túnel de ingresso, onde eu permanecia no banco de reservas, junto aos jogadores.
Naqueles momentos eu conheci todos os campos dos estádios do Rio de Janeiro – os da zona sul, norte e oeste.
Freqüentei também alguns estádios de Niterói, como o principal deles, o Caio Martins.
Recordo-me que quando terminava o primeiro tempo dos jogos, meu tio me conduzia pela mão até o vestiário onde o técnico do Clube, o uruguaio Ondino Vieira fazia sua preleção, analisando o comportamento de cada jogador. Era ali que eu me enchia de conhecimentos futebolísticos.
Num dia inesquecível para mim, o Bonsucesso que havia derrotado todos os grandes clubes durante o campeonato, ia jogar contra o Fluminense e seu goleiro, o chamado Madalena que defendia pênaltis com apenas uma das mãos, foi ressaltado numa jogada indevida pelo técnico do Fluminense para que não permanecesse na partida, visando obter uma expulsão provocada daquele jogador.
Chamou meu tio Carreiro e o instruiu para que no primeiro corner contra o Bonsucesso ele atacasse o Madalena e esquecesse a bola, causando uma briga entre os dois e gerando expulsões. Assim, os dois seriam expulsos e com isso o Fluminense com o gol aberto, poderia ganhar a partida, haja vista que o Madalena era um jogador insubstituível.
O técnico assim, provocou a vitória do Fluminense por quatro a um.
Jamais em toda a minha vida, deixarei de ter na memória esse dia tão importante para mim.
Afirmo que os subterrâneos do futebol brasileiro tem fatos incalculáveis.
(Jorge Queiroz, 07/12/10, em ditado)
Fonte da imagem:lanceactivo.com.br
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