Lendo e ouvindo a música


Fofas


Desenhos de Jorge Queiroz da Silva

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

E o inacreditável se repete naquele mesmo lugar !

Naquele mesmo lugar onde encontrei o grande mestre da Fraternidade Eclética Rosa Cruz, veio a acontecer um novo encontro, desta feita o personagem era um humilde trabalhador.Um pintor de paredes de nome curto, como todos o conheciam, o Zé.Sempre trabalhador e muito dedicado à família, era membro de uma Igreja Evangélica da Tijuca, próximo ao Morro da Formiga.Naquele homem se refletia a bondade, o interesse, a obediência aos bons princípios da forma correta de viver.No trabalho, sempre portava a sua Bíblia e quando podia, no meio dos amigos, fazia a sua pregação e seu culto ao Evangelho de Jesus.Por ser assim, o pregador era um obstinado em angariar simpatizantes e num determinado dia, ele esbarrou com um tipo diferente das suas doutrinas, mesmo o outro lado da sua religião. Um tipo abusado, que trabalhava também como prestador de serviços na oficina mecânica, e que constantemente ameaçava colegas, e se dizia Pai de Santo de um conhecido Centro Espírita de Senador Camará.O Zé, conhecedor de todas as histórias religiosas, se colocou na posição de defender o seu grupo de amigos, e disse que teria forças suficientes, para transformar o Djalma, aquele aventureiro macumbeiro, no mais novo dos fiéis da sua Igreja.Sabemos de antemão, que numa coletividade, onde se reunam pessoas de meios diferentes, podem haver desentendimentos, discórdias e brigas.Aquelas pessoas que eram normalmente catequizadas, pela pregação do Zé, transformaram aquele desejo da conversão do Djalma, num desafio religioso, e disseram ao ao Pai de Santo, da vontade de conversão, que o crente, futuramente iria fazer, para transformá-lo num dos seguidores da pregação do seu Evangelho.Aquela afirmação manifestou a ira do Pai de Santo, que na semana seguinte, colocou um “trabalho de macumba” atrás das oficinas e mandou o seguinte recado para o entusiasmado cristão evangélico: - digam a ele que eu já arriei o trabalho e que vou botar ele maluco, ele vai ter muitos problemas, podendo ficar totalmente desequilibrado.E o grupo, que era totalmente heterogêneo, e o que mais queria era ver o circo pegar fogo, foi até o Zé contar sobre o tal trabalho colocado no terreno, atrás das oficinas.E o dedicado pregador, vendo-se diante da sua primeira prova de religiosidade e crença evangélica, não vacilou, pegou sua Bíblia e dirigiu-se imediatamente para o local. Lá, começou a fazer suas orações e para configurar a falta de crença naquele “despacho, tomou nas mãos uma garrafa de cachaça, e bebeu alguns goles, despejando o restante no chão. Ao final , disse em voz alta: - Tome conta disto, meu Jesus!.Lembro-me bem, era uma sexta-feira, e terminado o expediente ele foi para casa.E pasmem, a partir de segunda-feira, o Zé nunca mais veio trabalhar, o que causou muita preocupação em todos os seus colegas, pois ele nunca fora de faltar ao serviço.Decorreram duas semanas até aparecer na firma a mulher do Zé, dizendo que ele tinhaficado totalmente maluco,razão pela qual teve que interná-lo.Todos ficaram penalizados, inclusive o proprietário da Empresa, que também era um pastor presbiteriano.Desde então, todos ficaram preocupados com a vida do Zé, mas nós só sabíamos dele, quando a mulher ia à Empresa para receber alguma ajuda financeira para os filhos pequenos e carentes do casal.Pelo sim, pelo não, naquele mesmo ponto de ônibus, onde eu encontrei, aquele grau maior da fraternidade eclética, observei que no outro lado da calçada, vinha como que tropeçando, o Zé, aquele pregador que tinha sido internado e abandonado o trabalho.Fiquei impressionado e preocupado,pois ele demonstrava estar tomado por alguma coisa estranha.Confesso que tive medo de ser identificado por ele e fiquei a observar que direção ele iria tomar.Para minha surpresa, quando ele estava exatamente na minha direção, só que do outro lado da rua, ele parou bruscamente, e fez uma reviravolta, atravessando a rua na minha direção.Chegando próximo a mim e olhando fixamente para o chão, disse : - Como vai?E eu completamente atônito, respondi que ia bem, mas que ele parecia estar completamente mudado.Indagou-me porque e eu tentei perguntar porque ele se embriagava tanto, quando levantando a cabeça, disse-me que bebia para que eu não passasse a beber.Estranhamente, deu meia volta, tornou a atravessar a rua e seguiu o seu caminho sem olhar para trás.Fiquei por demais impressionado com o quadro que havia vivido e que me deu uma série de novos conceitos de vida material e espiritual.Até hoje não esqueço aquela afirmação do Zé, que tem para mim um peso muito grande, pois acredito que tudo de mal que a bebida trouxe ao pobre José, foi definitivamente uma orientação para mim.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Mercado financeiro, sempre uma grande dúvida para o povo!

Eu não sabia nada sobre trabalhos no mercado financeiro, pois sou um filho de pai pobre que faleceu cedo, aos trinta e sete anos de idade e que era de uma honestidade à toda a prova.Cuidou com muita segurança da distribuição de gasolina durante a Segunda Grande Guerra Mundial, sem pensar que ali se instalava naquela época, o famigerado “mercado negro”, uma vez que o País teria que encarar um racionamento bem longo, já vindo desde a década de trinta, quando teve início a tal Guerra. Era nessa nossa forma de governo que se implantava a primeira ditadura, que desde os anos trinta, imperava.O nosso povo era beneficiado pois servia de capa protetora ao nosso governante máximo, e não existia uma casa de pobre, que não tivesse um retrato do velho pendurado na sala principal da casa.Vejo que hoje em dia temos alguns políticos que pensam nisso também - em ter o seu retrato na sala de cada brasileiro - e lembro que os antigos coronéis da época diziam que aquilo ainda perduraria por anos e anos, visto que aqueles retratos por certo eram distribuídos pelo partido dos trabalhadores, o “PTB’’.Mas para compensar este “cabo-eleitoreiro” , os “trabalhadores do Brasil” tiveram naquela década, a C LT promulgada, ganharam a redução de horas de trabalho, tiveram o direito a semana inglesa aos sábados, tiveram os direitos indenizatórios conferidos e a lei da estabilidade assinada, que dava ao trabalhador com mais de dez anos de serviço, a indenização em dobro .Com tudo isso, o nosso presidente viraria um Deus.Mas eu tenho certeza que hoje o Brasil já o país do futuro, sendo aquele que já tem as suas reservas em ferro e aço, e se falamos de madeira para uso, temos um tema de proteção na mão, temos os replantios obrigatórios.Falando em diversificação, já temos substituto para o petróleo do qual somos exportadores, e atuamos nos diferentes campos da energia verde do nosso bio combustível , assim como também, a nossa produção de cana seja ela a de etanol ou a de açúcar, a nossa soja, o nosso boi no pasto, pois somos possuidores dos maiores espaços e dos maiores rebanhos do mundo, isso tudo, sem falarmos das carnes especiais de boi de confinamento, do nosso feijão, do trigo e da soja e do arroz. Já estamos incluídos também nas reservas de emissão de carbonos controladas, e ainda existe de todas as maneiras para constituir um fundo imponente junto a outras nações, chamadas de emergentes e que também lutam pela segurança do planeta.Eu sei bem que o brasileiro hoje não é mais aquele caçador de cobra no meio do asfalto, nem tampouco a nossa capital da república é chamada de BUENOS AIRES.Nem mesmo os estrangeiros que aqui chegam em viagem de turismo, lembram que ouviam dizer para que tivessem o devido cuidado ao desembarcarem no Píer da nossa Praça Mauá, pois teriam que jogar fora os bonés, porque se o vento os levasse e eles tivessem que pegá-los do chão, corriam o grande risco de serem assaltados.Mas falei de tanta produtividade, de tanta riqueza e ainda tenho muito mais para incluir nesse nobre papo, mas não desconsidero o estremecimento financeiro que veio do mundo até então superior, que através de guerras urgentes e perigosas aumentou a sua despesa e controle.A falência no mundo imobiliário, trouxe um grande risco, o seguro na América foi usado sem limites, e essa supervalorização, traz insegurança, pois quando se pensa somente em segurar alguma coisa, o campo hipotecário é olhado com excesso de zelo e confundem e misturam-se as seguranças.Eu já disse uma vez que o Brasil errou quando acabou com a nossa letra do mercado imobiliário, quando pela instalação do BNH, hoje já falido e desativado.Mas o nosso Pais, escrevi com maiúscula, pois assim já merecemos ser tratados, e na segurança dos nossos dois tão importantes Ministros, MANTEGA E MEIRELLES, que mais parecem marcas de produtos.Será que temos que parabenizar ao presidente LULA, por esta acertada escolha? Pedindo e lembrando ao Presidente, que não mexa, e não deixem mexer no time que está ganhando hoje e de GOLEADA!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

A quinta mala da nossa vida

Finalmente, chegamos a fase da vida , em que acontecem as principais “malas” de decisão.Chamo-a de quinta e derradeira mala de vida.A “mala” da nossa formação escolar, do nosso currículo profissional, e, conseqüentemente, da escolha do nosso trabalho individual, que por certo irá definitivamente, marcar os caminhos a percorrer.Esta mala se evidencia num período que podemos considerar sem divisões.Essas divisões se referem ao estudo e a formação, ao esporte e lazer, ao namoro e casamento, à profissão e emprego, aos prejuízos e lucros e ao patrimônio e herança.O estudo e formação é a fase em que os indivíduos vão,com certeza, buscar as suas aptidões ou se espelharem em qualquer um outro indivíduo do seu grupo familiar, seguindo naturalmente a carreira de um pai, de um tio ou de sua própria mãe. Isso no entanto, não é uma regra geral, pois estou cansado de ver casos totalmente diferentes onde o filho de um médico, opta por ser piloto de avião, ou o de um pastor de igreja, cujo filho segue o candomblé.As outras divisões citadas estão interligadas no seu dia a dia e jamais poderemos fazer uma análise das bagagem que carregamos sozinhos, nesse momento de vivência. Em alguns casos, necessitamos até de analista para compreender uma bagagem tão vasta e complicada.A pior mala da vida inclusa nesse momento de vida, é certamente a chamada “mala dos vícios”. Ela é a principal responsável pelo sucesso ou insucesso de sua vida, haja vista que paralelamente segue as outras malas já citadas, exatamente no momento de suas atuações.O melhor seria hoje, que todas as pessoas seguissem o preceito de que a melhor das malas de vida que devemos portar é aquela na qual acomodamos a obediência, a disciplina, o respeito, a formação cultural, a vontade de viver, o otimismo, o bom senso e a valorização do nosso próprio “eu”.Creio que não devemos seguir por completo a mala de outra pessoa e sim tomá-la como exemplo para compor a nossa mala.Devemos ser “nós mesmos”, individualmente, e não seguirmos o forte desejo de incorporarmos em nós, um personagem já atribuído a uma outra pessoa. Hoje o mundo nos dá facilidades no seu desenvolvimento em tecnologia; o avanço da informática nos coloca a cavalheiros para acompanharmos todos os novos processos de qualquer trabalho e a velocidade da globalização, já nos oferece resultados que conseguimos em fração de minuto sabermos o que acontece do outro lado do mundo.Assim, temos a nossa mão exemplos variados e consistentes para formarmos a nossa verdadeira mala, optando e experimentando coisas saudáveis ou não.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

E nós, nos interessamos pelo tempo?

Já estamos em 2009 e lá já se foram mais de nove meses. Já temos todo o aprendizado de um milênio vencido, e ainda assim, carregamos em nossos ombros o peso de uma incerteza, que pela influência de uma coisa chamada memória, nos leva sempre, a descrer do dia de amanhã. Estou cansado de ouvir as pessoas dizerem que esse nosso país não tem memória. Eu vou mais além e afirmo que o Universo não tem nenhum registro detalhado, e por conseguinte, nunca teve memória. Se por acaso, por obra do destino, o Diário de vida do Adão ou as memórias da vida de Eva fossem encontrados, talvez a gente pudesse descobrir muitas coisas. Mas ainda assim, nada poderíamos garantir e nunca saberíamos se todas as coisas escritas lá, seriam o espelho da verdade da vida do homem da terra. Qual teria sido exatamente a causa da rixa, entre Caim e Abel? Se naquela época, não existiam as bebidas, o fumo, a música, a dança, a droga, e o jogo, e seu consumo exagerado dos dias de hoje? E o que, realmente, teria levado os dois a se defrontarem, para um desfecho tão sério, na realização do primeiro crime que se teve noticia na terra ? Por analogia, na eliminação de motivos, chegamos a conclusão de que as roupas eram de folhagem, a casa era de pedra, o alimento eram as raízes, o relógio era o próprio sol, e pelo visto, só nos resta pensar, que o único motivo daquela tremenda rixa, só poderia estar ligado às coisas do “sexo”. E por que seriam exatamente esses, os principais motivos dessa primeira rixa, entre os primeiros seres humanos do planeta? Vá lá, que a Eva, como toda boa mãe, e muito mais preocupada em garantir a hombridade dos seus filhos, resolveu ensinar aos dois, que eles eram do mesmo sexo, e irmãos , e que, sendo assim, nunca deveriam transar. Pior foi a emenda, do que o soneto! A Igreja conta que a Eva foi concebida por uma costela do Adão, mas não conta mais nada na frente, e assim, já coloca em dúvida, que por certo apareceria um segundo, e quem sabe talvez, até um terceiro sexo. E aonde se instalaria esse terceiro sexo, e sem nenhum comentário, eu admito que isso deve ter sido problemático para Eva. Será que o nosso Criador, não poderia ter sido mais legal e ter dado vida, a um segundo casal? Pois só assim, teria descomplicado a vida da primeira mulher, a pobre Eva, responsável pela primeira família cristã do mundo. Mas hoje, o mundo está cercado de infinitos interesses, o mundo é hoje exatamente uma mescla de vários tipos de raça e pensamentos, que na realidade, buscam se firmar em novas conquistas, fazendo do homem um ser, extremamente complicado. O tempo fez mudar toda a humanidade, e fez de nós, um ser extremamente atento às horas. Mas com certeza, a corrida pela vida, vai fazendo o homem simplificar as suas idéias. Mas a grande proteção da humanidade foi o presente que Deus deu ao homem, a racionalidade e a inteligência de poder criar. Assim, o homem dividiu a vida em séculos, transformou os séculos em décadas, a década em anos e os anos em meses. Transformando os meses em dias, dividiu os dias em horas, subdividiu as horas em minutos e finalmente observou que criando os segundos, fatalmente condenaria esse homem, a ser responsável pelas maiores tragédias em nossa humanidade. Em compensação, obrigou ao homem a se a adaptar aos lampejos, pois tudo que de ruim ou de muito bom que acontece hoje, acontece em frações de segundos. O passo do segundo das horas, corresponde exatamente, ao batimento dos nossos corações, e assim sendo, a vida foi transformada em emoção e a cada vez, que alongamos qualquer ato de nossas vidas, vamos ter dificuldade de controle, pois um campo de idéias e de pensamentos úteis, não se alojam nos maiores espaços de tempo, e sim, na fração de segundos. Os segundos fiscalizam a vida do homem na terra onde se tem o resultado de cada ato humano. A Terra é o micro funil, por onde escorrem fatos e os acontecimentos da vida, portanto não podemos vacilar um segundo sequer, senão seremos esmagados, pelos minutos, horas, dias, meses e anos de nossas vidas. Façam pois, os seus registros de vida; não sejam nunca iguais a Adão ou Eva, que nunca tiveram um diário ou uma agenda e também nunca se importaram com os segundos de suas vidas, que são os nossos lampejos. Quero ser fiel ao tempo, acho que ele é o referencial mais importante da vida. Em todos os momentos que necessitamos para viver, temos sempre que incluir o fator tempo. O mais importante para o mundo atual, será valorizarmos sempre, os pequenos espaços, e acostumarmos a nossa mente, a se programar para atuar em frações de segundos, pois só elas, irão garantir que estaremos integrados, no novo conceito de viver, o raciocinar em tempo de máquina! E por isto hoje, estamos nos incluindo numa nova escravidão, a chamada Globalização, que vem exatamente super valorizar os segundos de vida que temos, e para isto já temos o nosso novo Adão, o fantástico Bill Gates! Que por certo obriga ao Mundo, a fazer seus registros, em micro impulsos eletrônicos.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

A violência sem armas

Eu ainda não esqueci... Diariamente, quando voltava da escola, eu fazia uma travessia de uma rua para outra, e, para facilitar a minha caminhada, me utilizava de uma vila de casas, que cortava o caminho. Sempre caminhava por ali, alegremente. Até que num determinado dia, a minha caminhada feliz, foi interceptada por um grupo de “pivetes”. Eram mais ou menos, uma meia dúzia deles, e estavam na rua só para aprontar. Quando eles me viram, formaram ràpidamente um corredor polonês, para que eu por ali passasse. Pude notar a má intenção daquele grupo de moleques, e tentei voltar, mas não havia mais tempo. Eles correram e me alcançaram, e eu fui vítima da primeira maldade de rua na minha vida. Eles não só me espancaram, como também, um dos moleques daquela turma, com a mão cheia de pimentas, esfregava sem dó, e sem nenhuma piedade, aquelas pimentas malaguetas, em meus olhos, e na minha boca. Mas, como nunca estamos sós, por obra da sorte, a minha tia paraguaia, a saudosa “Ormenzinda”, que estava varrendo o jardim naquela hora, observou o que acontecia e partiu para cima deles de vassoura em punho, despachando toda aquela maldita turma à vassouradas, graças a Deus! Sofri muito, pois os meus olhos ficaram por demais afetados, e meus lábios, que também incharam, fizeram com que eu tivesse que ser socorrido no Hospital Getúlio Vargas, pois corria riscos de cegueira!

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Errar é humano

Ainda no meu caminho profissional na Indústria farmacêutica conheci um químico famoso no campo da Agricultura, com vários ensaios e livros publicados nessa área.Como prestador de serviços, dava assistência às fabricações nas Indústrias.Esse profissional tinha literatura famosa sobre o emprego do óleo da castanha do Pará, no início usado na aviação, precisamente nos aviões à jato, como o único lubrificante resistente aos atritos das turbinas desse tipo avião.Com toda essa notoriedade, mostrou-me que errar é humano.E também com ele, tive um grande aprendizado no momento em que ao analisar o grau de acidez dos remédios da fábrica, verifiquei que o benzoato de sódio não estava mais apresentando segurança, nem garantia na conservação das nossas fórmulas.Então solicitei um auxílio, e ele , confiante na sua atuação de químico veterano e mestre no assunto, ràpidamente pegou caneta e papel e fazendo cálculos, disse-me: - mande comprar urgentemente um quilograma de aneurina e adicione a cada fórmula apenas uma grama, para cada dez mil litros de remédio fabricado. Assim, certo do seu fundamento, mandei comprar tal produto, sem deixar de comunicar ao meu superior imediato as providências solicitadas pelo grande químico.A partir dali fiquei tranqüilo, acreditando que nunca mais teríamos problemas na acetificação de qualquer tipo dos nossos remédios.Mas qual não foi a minha surpresa, quando decorridos seis meses após o início daquela utilização,começamos a receber reclamações de que os remédios estavam mudando de cor, porque no seu aspecto inicial de fabricação apresentavam a coloração cor de café e decorridos seis meses, eles adquiriam a cor de café com leite. A clientela no Brasil e na América Latina, começava a exigir a troca imediatamente.Tivemos que manter a fabricação normal de produtos e realizar a substituição de todos aqueles que havíamos vendido nos seis meses anteriores.Foi necessário criar turnos diferentes de trabalho para duplicarmos a nossa produção e normalizarmos a venda e troca respectivamente.Aprendi então que nunca devemos subestimar os problemas técnicos de trabalho. Devemos sempre, pensar, calcular, experimentar, para só então, mudarmos qualquer rotina, mesmo quando temos toda a certeza da nossa capacidade e estivermos conscientes de que errar é humano. Posteriormente, nesse mesmo campo de trabalho, fiquei totalmente indignado, quando reclamei do alto grau de acidez em nossos tônicos ao nosso Diretor Industrial e dele recebi a ordem de mandar buscar vinte quilos de soda cáustica e adicionar àqueles mesmos remédios cuja conservação estava a cargo do benzoato de sódio.Após esses dois fatos , eu fiquei entre a cruz e a espada nos meus aprendizados - primeiro,o cálculo errado do químico, que resultou na descoloração dos remédios e segundo, na tomada de decisão do meu Diretor, que me dizia que remédio é droga e portanto, droga combate droga!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

A nossa Bolsa de Valores tem outros atrativ os - as nossas "Commodities" !

Inacreditável!
As bolsas brasileiras se transformaram nas verdadeiras vedetes mundiais, elas dão ciência ao mundo investidor, de que o Brasil acordou para crescer em definitivo.
Isso, após verificar que todos os conceitos de base de crescimento na sua esfera de economia, estão calcados em cima do seu vasto território produtivo, que hoje, consegue provar ao mundo, que ela era realmente a nação do futuro.
O Brasil deixa de ser um mito para ser uma crença, o nosso Presidente da República, cheio de gás, sai por aí diariamente dizendo que tem que gastar dinheiro em viagens, para estar dentro de todos os tratados que se acumulam diante de um mundo boquiaberto, que assiste o nosso “diretor máximo” em seus discursos, dizer nomes de altas figuras brasileiras e internacionais, trocados, fazendo o mundo rir de felicidade, pela sua coragem em encarar sorrindo todos os idiomas da classe política, com o seu original pernambucanês.
Ele carrega com uma grande confiança seus Ministérios e Ministros e faz a escolta em volta de todas as criticas que recebe, e as ataca, sem nenhum medo ou piedade, seja ela nacional ou internacional, seja ela dentro de uma maioria, ou numa minoria corajosa.
E assim ele passa uma eterna confiança ao investidor, seja de qual raça for e sabemos que ele nunca estudou economia, nem administração, mas toma conta de um time que deseja ser campeão do mundo, e nunca deixa de falar do seu time do coração, o Corinthians.
E nós já temos a coragem de cobrar IOF de investidores estrangeiros, por ocasião da aplicação que eles fazem em nossas bolsas, para que não abusem do nosso Brasil, fazendo aqui uma aplicação especulativa, que entra e sai logo dos nossos cofres, dando somente uma mordida no lucro da nossa ação, aqui negociada para eles, só que esta taxa do IOF que no momento já atua e espanta toda a confiança de um novo mundo em crescimento, que já é o Brasil.
Eu quero ir além e dizer que nós, já esperávamos um dia por isto e eu aqui, que sempre fui um eterno otimista e sonhador, quero afirmar ao especulador - o carona estrangeiro da nossa economia - que devemos sim, cobrar esta taxa, mas também pagar a eles, um premio estudado, na faixa de cinco por cento sobre a sua rentabilidade após dois anos.
Espero que essa taxa venha a ser estudada pelos nossos especialistas em economia e que a paguemos aos que por aqui permanecerem, com as suas aplicações sempre acima de 24 meses, em nossa compra e venda de commodities.
Acredito que aí sim, daremos a todos a resposta necessária, diante do nosso crescimento que passará a creditar lucros premiados, aos nossos investidores, criando em definitivo um Brasil, grande e consciente da sua luta e do seu povo credor e trabalhador.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O jogo pai e a madrasta sorte

Quem realmente acredita no jogo pela sorte?O brasileiro, com certeza, acredita que num determinado dia, ao fazer aquela “fezinha”, num dos jogos da loteria da Caixa, vai faturar aquele prêmio que vai endireitar sua vida para sempre. Confesso que sou um otimista, criado de forma a pensar, que no dia seguinte, a sorte virá bater à minha porta.Quando menino, eu observava o meu pai. Um trabalhador humilde, que tinha como hábito, sempre utilizar os recursos da gorjeta que obtinha com seu trabalho, para fazer o seu jogo no “bicho”. Ele jogava com muita esperança e com muita precisão, um sistema que sempre lhe dava alguma segurança de retorno. Normalmente ele ganhava. Era difícil ver meu pai ficar triste, porque havia perdido. O jogo do bicho era de toda a confiança, e servia de distração e esperança para o trabalhador, que tinha, naquela época, poucas opções de lazer. Eu sempre assistia meu pai jogar, de uma forma, que o conduzia ao sucesso. Deitado na cama com o rádio ao lado e repetindo: - entrou uma, entrou outra,etc... Assim, vinha o ganho no jogo do bicho, e com ele, conseguiu trocar toda a mobília e utensílios da nossa casa e, às vezes, ainda pagava as despesas do meu colégio. Aquela forma de otimismo tomou conta de toda a família e fez com que diversos parentes e vizinhos, utilizando o mesmo processo de jogar do meu pai, arriscassem nos ganhos, que se tornaram quase diários, naquela Comunidade. O precioso processo de jogar do papai, contagiou minha mãe, e fez com que ela sempre, acompanhasse as extrações diárias do Jogo do Bicho, e assim também faturasse alguns trocados, sem nunca perder a esperança, de num dia poder ganhar “aquela” bolada.Vivenciei também, um lance muito curioso, de um sapateiro, que era vizinho de nossa residência, e que diariamente jogava, e já contagiado, pelo sucesso da vizinhança, ainda arriscava comprar bilhetes da loteria. No entanto, não era muito otimista, e sempre que comprava um bilhete, colava atrás da porta da sapataria, dizendo que já sabia que não ia ser sorteado. Comprava tantos bilhetes que a porta da sapataria virou um verdadeiro painel, com bilhetes colados lado a lado, uns por cima dos outros. Num determinado dia, para o cúmulo da sorte, saiu o primeiro prêmio da loteria para o sapateiro. Ficou tão apavorado por ter colado o bilhete atrás da porta e saber que as regras para o recebimento do dinheiro, tinham como principal fator, o fato do bilhete não conter nenhum rasgo ou rasura, que admitiu que não devia brincar com a sorte. Para a solução daquele problema, teve uma idéia brilhante. Pegou a chave de parafusos, arrancou a porta, e nervoso e muito cansado, foi à pé, até à agência da Caixa, com a porta nas costas, para receber o primeiro prêmio da loteria federal daquela quarta-feira. Com a constatação de tantos bilhetes ali colados, teve a credibilidade necessária para o recebimento do prêmio.Antigamente as pessoas eram quase todas humildes. A distração eram as lojas de jogo de bicho, onde a polícia fazia vista grossa e, como sempre ,recebia dos banqueiros as propinas, para a manutenção das lojas abertas. Quando prendiam o bicheiro, era para mostrar a chefia da Secretaria de Segurança, que estavam agindo contra a contravenção. Pura mentira!Sempre torcia pela minha mãe, para que ganhasse um prêmio expressivo, pois ela era uma fiel jogadora, e até o dia em que papai faleceu, era uma associada aos seus palpites. Felizmente , este prêmio veio surgir na época em que eu, que não era um jogador habitual, estava muito necessitado dele. Eu tinha sido avalista de uma operação de empréstimo bancário para que um colega de confiança, pudesse regularizar a escritura de um imóvel, que dizia a mim ter comprado. Descobri mais tarde, que havia ganho o imóvel, numa mesa de jogo. Esse meu colega, tinha o hábito de frequentar, todo final de semana, com parceiros, que eram grandes comerciantes e jogadores, casas de jogos de poquer. Após continuar jogando, pensando em ganhar mais e mais, acabou por perder o tal imóvel, e simplesmente desapareceu, deixando-me com a divida bancária, que como avalista, teria que honrar, apesar de toda a dificuldade.No dia em que minha mãe ganhou no bicho, eu já não tinha mais como renovar a tal nota promissória.E aí, vem a história da madrasta sorte. A minha mãe que deu aquela tacada e acertou na cabeça, um milhar, ficou sem o dinheiro, pois teve que cedê-lo a mim para a solução do grave problema que me afligia a cada mês, quando tinha que renovar a dívida. Apesar de tudo, ficou a mostra de que a fé e o otimismo, daquela mulher, minha mãe, teve o seu dia de consagração. Por isso afirmo que a sorte é madrasta, e necessita de muita insistência, para trazer a verdadeira sorte para junto de nós.