Lendo e ouvindo a música


Fofas


Desenhos de Jorge Queiroz da Silva

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Carlos Gomes Calcado

Cidadão mineiro de Sete Lagoas, era Diretor de Banco, de fina educação, bem relacionado, filho de fazendeiro que, comigo, mantinha um interesse de relacionamento profissional, como garantia de bom entendimento na conta bancária que eu comandava aqui no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Diariamente me procurava para oferecer serviços do Banco, para manutenção de uma parceria com fundamentos comerciais, uma vez que era a única Instituição Financeira com agência naquela Cidade. Por esse motivo havia sido contemplada com um posto avançado dentro da Fábrica, onde eu trabalhava. O que sempre fez com que eu utilizasse os serviços do Banco, foi a cordialidade de negócios e praticidade que era dada as operações comerciais que a nossa Empresa necessitava, como o financiamento das folhas de pagamento dos funcionários, empréstimos pessoais para os trabalhadores, financiamentos do Finame e encaminhamento de outros negócios através de uma Financeira, dirigida pelo seu irmão. Era um contador de estórias e a mais interessante que me narrou foi, como ele mesmo dizia, a mais importante de sua vida.Mesmo sendo filho de um rico fazendeiro de gado leiteiro, ele construiu sua vida com o seu próprio trabalho e tudo que possuía era fruto de seu esforço pessoal. Seu pai, como ajuda inicial de vida, deu-lhe um caminhão cheio de, aproximadamente, vinte mil quilos de queijo minas frescal, dizendo-lhe: - esta é a ajuda que lhe dou o resto é contigo. Vai em frente! Carlos Calcado estremeceu e pensou que deveria trabalhar com muito cuidado para fazer daquela carga o seu futuro. Juntou mala de roupas, pediu a benção aos pais e partiu em direção ao Rio de Janeiro. No caminho, tentava vender os queijos nos mercados, restaurantes, bares, etc..., pois como era produto perecível tinha que ser vendido rapidamente. A dificuldade era grande, pois só podia vender à vista e ninguém se dispunha a pagar, visto que todo o comércio já tinha seus fornecedores que faturavam a mercadoria. O medo começou a atormentá-lo e tinha a certeza de que perderia todo o queijo. Foi então que uma sábia idéia acercou-se de sua mente: iria trocar o seu queijo por produtos não perecíveis como fumo de rolo, caixas de charuto, cigarros, material escolar, papel para embrulho. A idéia foi totalmente aceitável nos pequenos mercados e, assim, pode continuar sua viagem de mascate sem qualquer receio de perder a sua carga. Quando chegou ao Rio de Janeiro, já havia conseguido vender ou trocar quase todos os produtos , obtendo dinheiro para abrir seu próprio negócio. Hoje, sei que ele voltou a ser fazendeiro em Sete Lagoas, porque o Banco em que era sócio-diretor sofreu intervenção do Banco Central. Sabe-se que, homem criativo, produz “humos” para a agricultura, criadores de minhocas e ainda presta assessoria a diversas empresas de agropecuária.
(Jorge Queiroz agosto/2010)
Fonte da imagem:fabioalancerqueira.blogspot.com

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