Lendo e ouvindo a música


Fofas


Desenhos de Jorge Queiroz da Silva

domingo, 8 de maio de 2011

AS RAÇAS E ETNIAS DIFERENTES NO BRASIL DE OUTRORA

Aqui, no Brasil, em outras épocas mais remotas, nós tínhamos alemães, chineses, franceses, japoneses, italianos, mexicanos, poloneses e ainda, com certeza, todos os portugueses, os nossos descobridores, que aqui se estabeleceram e sempre ficarão.
Nos diferentes momentos, da minha vida profissional, há uns cinqüenta anos atrás, eu sempre tive que me adaptar às diversas situações de vivência e trabalho.
Para minha análise, saber conviver com etnias de raças bem diferentes umas das outras, foi uma sorte mutante.
Naquela época de minha vida, o Brasil representava um futuro eldorado, para um novo mundo modificado, e quem podia, vinha para cá se refugiar e progredir.
Já na minha turma de ginásio, lá na pré-adolescência, tinha colegas de descendências diferentes, de raça, cor e língua, e cujos nomes complicados, nos levavam a, em tom de brincadeira, chamá-los, a todos, pelos nomes de “sopa de letras”.
Logo no meu inicio de vida, me vi na necessidade de ter que ajudar a minha doce mãe, que enviuvou prematuramente aos vinte seis anos, pois meu pai falecera vítima de um fulminante infarto do miocárdio.
Eu, com meus onze anos e a minha pobre mãe, ainda bem jovem, vimos os nossos sonhos ruírem, pois nós dois, sempre dizíamos que meu pai era vítima de um excesso de trabalho, repetindo com palavras de um grito de alerta, que ele sofria demais com as mudanças constantes de horários nos seus diferentes turnos de trabalho.
Acontecessem esses turnos durante o dia ou durante a noite, ou em horários intermediários quando necessário fosse um período de trabalho extra, ainda assim ele não se recusava a fazê-lo.
As suas especializações se cruzavam no campo dos países emergentes, que assim como o nosso, tentava e buscava, ainda dentro do seu desenvolvimento, o seu “aqui e agora”.
Vivíamos então, duramente, os anos do após-guerras do último século, que seria para o mundo sempre uma grande ameaça presente, naquele desenrolar das mazelas deixadas pela segunda grande guerra mundial, deflagrada pelos nazistas e que eram radicados nas idéias de Adolf Hitler.
Na sua visão nazista o mundo era composto de sub-raças, que deviam ser dizimadas, como dizia em seus discursos, e é claro que todos os que viviam naquele tempo, tinham uma grande incerteza do que seria o amanhã.
Pelos motivos expostos e ainda mais pela situação do Brasil, tive que iniciar uma vida profissional ainda criança, para fazer frente aos meus estudos.
Assim, aos quatorze anos, para a garantia de pagamento da minha mensalidade escolar, que era de um valor alto, para crianças de classe média, comecei a trabalhar.
Sendo eu uma criança da classe “C”não poderia nem sonhar que viveria com a pensão deixada pelo meu pai, de um valor muito baixo, por ser a previdência social, uma instituição criada recentemente.
A cobertura desse seguro para as viúvas, correspondia a 50% da remuneração mensal do falecido, o que obrigou a mim e à minha mãe irmos para o mercado de trabalho, no ainda fraquíssimo comércio existente no país.
Naquela época difícil, era o Comércio que propiciava empregos, porque não éramos ainda um país industrializado e as grandes empresas, ainda estavam se instalando no Brasil.
Na sua grande maioria, toda a estrutura industrial, vinha de fora e estavam chegando para se refugiarem da grande crise européia, do após guerra, assim como também, para aproveitarem o baixo preço da nossa mão de obra ainda não especializada e de moeda fraca.
Essa era uma bela diferença,comparando com o nosso Brasil de hoje, e creio que se os nossos governantes trabalharem bem, politicamente, com segurança nos darão futuramente um título de sermos a nação mais sustentável da economia do Universo.
Completo a minha afirmação, dizendo que hoje nós temos um Brasil muito mais brasileiro.
Reafirmo isso, lembrando meu início de vida profissional, que me fez conviver, com franceses e italianos, na Indústria Química e Farmacêutica e na de Mobiliários, com alemães, nas áreas automotivas e de informática, com chineses e japoneses, nas áreas da agro-pecuária, o que me trouxe sempre uma vasta experiência, de grande utilidade, nas minhas posteriores aplicações profissionais.

(Jorge Queiroz da Silva - agosto/2010)
Fonte da imagem:cultura-etnia-genero.blogspot.com

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