Lendo e ouvindo a música


Fofas


Desenhos de Jorge Queiroz da Silva

domingo, 17 de maio de 2009

Outro tipo inesquecível

Outra personalidade da época, no meu mundo infantil, era a dona “Ana Maneta”. Era assim chamada, pois teve um acidente de trabalho no campo, vitimada por uma foice, nos trabalhos de agricultura. Ela tinha um sítio, que ao me lembrar, me faz pensar, no bem-estar que eu sentia, quando era menino e onde eu ia quase que diariamente, comprar verduras e frutos, fresquinhos e arrancados do pé na hora, pela dona Ana. Era ali, que estava representada a mais pura plantação de frutos, e hortaliças que eram vendidas a todos os moradores da região. Era um verdadeiro celeiro, e lá , eu podia sentir o forte cheiro da natureza, num brejo sombrio e resfriado por um riacho que cortava todo o seu sitio. Como eu gostava de sentir o cheiro do verde, e por sorte, eu ia lá quase que diariamente, buscar as coisas que minha mãe me pedia. Naquele sítio, um grande terreno que ocupava mais de 100 lotes de terra, herdado dos seus pais, que eram velhos lavradores, e que viviam exclusivamente da agricultura, ela sustentava toda a família. Hoje no local, infelizmente só existem prédios de apartamentos, e ela, uma humilde lavradora pelo empreendimento que lá foi feito, virou naquela época, proprietária de dez apartamentos, que passou para filhos e netos, tornando-se uma pobre senhora rica, muito trabalhadora e totalmente analfabeta ! Não sei se ela ainda vive, posso até garantir que já deve ter falecido. E a lenda contada pelos moradores antigos do local, era que naquele terreno dela, se hospedava o demônio, história esta, que era sempre confirmada, pela mais antiga beata da região, a dona Maria Santa, que se dizia, muitas vezes perseguida por ele, e que ele sempre depois de saltar o muro, que fazia divisa entre as ruas Dionísio e Cajá, tentava impedir que ela chegasse até a igreja, para poder preparar, a missa diária da paróquia do Senhor Bom Jesus da Penha, pois normalmente, saía de casa, ainda de madrugada, por volta das cinco da manhã! E esta história, que ela contava, marcava sobre maneira, todas a crianças da localidade, que em alguns momentos se reuniam próximo do tal muro, para desafiarem o demônio., o que por certo seria uma obra de pura imaginação.

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