Lendo e ouvindo a música


Fofas


Desenhos de Jorge Queiroz da Silva

quarta-feira, 21 de março de 2012

Uma forte lembrança, o meu eterno "calça chinelos" !


Uma grande lembrança o retorno e a reencarnação confirmada do meu famoso “CALÇA CHINELOS”, que aqui vou agora tentar reproduzir com fidelidade nesse meu testemunho, .Com certeza hoje eu posso afirmar, o meu CALÇA CHINELOS, voltou pra minha vida.Eu era uma criança muito feliz, filho de pai e mãe igualmente carinhosos e dedicados, e que fazia parte de um cerco familiar constante.Era deles, o filho querido e o único herdeiro.E assim eu chamava o meu pai – calça chinelos.Eu tinha a maior admiração pelo meu valente e suave herói, e que pela grande responsabilidade do seu trabalho, sem turnos previamente estabelecidos e determinados na sua vida profissional diária, vivia uma dança maluca de horários, que nunca deram condições para eu e a minha mãe termos a liberdade de marcar projetos pessoais, que envolveriam a presença do nosso tão amado provedor, pois ele gerenciava serviços de guarda e abastecimento da gasolina, durante a época da Segunda Guerra mundial.E esta forma de eu chamá-lo se prendia única e exclusivamente a observação que fiz por ocasião dos meus três anos de idade, quando notei que meu pai quando calçava os chinelos, ele com certeza ficaria em casa, e não retornaria mais para o serviço, e isso elucidava para mim em definitivo, a presença dele em nossa casa.E daquele momento em diante, eu passei então a importunar sempre a minha mãe, pois todas as vezes que ele vinha para casa e não calçava os benditos chinelos, eu ficava atrás de minha mãe, repetindo para ela varias vezes, mãe mande o papai calçar os chinelos, o que fazia ela ficar nervosa, e repetir que o calça chinelos dela era eu, que com aquela mania, lhe tirava sempre o sono. E assim os anos decorriam, e a coisa se tornou uma brincadeira diária entre nós três.Depois, tudo o que eu tinha do meu sonho de vida,foi embora, quando o meu querido companheiro, foi vitimado por um violento colapso cardíaco, vindo a falecer aos trinta e sete anos, ainda na flor da idade.Como minha mãe sempre me dizia que ele nos deixou, pois foi levado por Deus, por ter recebido uma missão muito especial, palavras aquelas que ela não cansava de repetir, eu não quis de forma nenhuma testemunhar aquela partida e me recusei a ir ao seu sepultamento, pois falei para minha mãe, que só queria ter em minha mente, a ultima lembrança dele, o meu “CALÇA CHINELOS”, sempre vivo e bem feliz.E naquela crença eu andava pelas ruas a partir dos meus onze anos, desde o dia em que ele nos deixou secretamente carregando comigo a esperança de um dia esbarrar com ele por aí.E o tempo passou, as coisas aconteciam, e eu já havia casado e na época de nascer o meu filho caçula, o meu terceiro filho, cheguei junto de minha mãe e aproveitando que ela havia me dito que após trinta anos do falecimento de uma pessoa ela já tinha a alma pronta para a reencarnação, quis que ela confirmasse aquela afirmação.Minha mãe estranhou o porque da minha pergunta e eu lhe expliquei que juntamente com o nascimento do seu terceiro neto, completariam trinta anos da morte do meu pai. Quis que ela me dissesse da possibilidade de ele estar voltando no meu terceiro filho.Aí então ela falou, quem sabe meu filho, mas com certeza o nosso pai maior já sabe quem vem por aí, vamos torcer meu filho que seja ele de volta.E vejam vocês, o que me aconteceu, nasceu o Marcelo, logo dentro do tempo dos trinta anos no período da falada reencarnação.E vejam vocês o que acontece pra mim - meu filho Marcelo completa os três anos de idade, exatamente a mesma, em que eu comecei a exaltar o meu “CALÇA CHINELOS” - e eu chego em casa depois de um dia de trabalho, e fico calçado de sapatos, e nem reparo meu filho me rondando, e então de repente meu filho olha para mim, e energicamente, grita alto: -pai, CALÇA CHINELOS !Diante daquilo, eu quase cai duro no chão.Será que depois dessa eu ainda precisaria de outra confirmação?Hoje eu convivo outra vez em perfeita harmonia com o meu novo e sempre jovem CALÇA CHINELOS, que com certeza, por tudo o que vivemos, me afirma ser o velho “CALÇA CHINELOS” de volta outra vez!

(Jorge Queiroz da Silva - agosto/2009)

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