Lendo e ouvindo a música


Fofas


Desenhos de Jorge Queiroz da Silva

sábado, 7 de julho de 2012

ELMANO DA CRUZ CARDIM , uma grande figura !

Eis aqui uma figura de importância nacional, que veio marcar com a sua sabedoria a vida de milhares de brasileiros, que tiveram a sorte de ter com ele um convívio diário.
Graças ao nosso bom Deus, aos meus quinze anos de idade, fui contemplado com a verdadeira oportunidade de conviver lado a lado, com esse brasileiro, cheio de cultura e de visão.
Na área jurídica, já era um desembargador realizado, dono sempre de um profundo fundamento que elevava o nível de participação do nosso Brasil no campo internacional da nova forma de informação, através de uma ativa direção de jornalismo, que cuidadosamente exercia, num centenário órgão da nossa imprensa brasileira, o grande e organizado JORNAL DO COMMERCIO.
Esse jornal foi criado ainda no tempo do Império, para atender a um pedido de DOM JOAO VI, feito aos homens que foram vitais na sua Organização e nas grandes idéias de crescimento, dentro da importante valorização dada pela colonização dessa nossa abençoada Terra, pelo grande celeiro do espirituoso e do nosso jeito carinhoso de viver, que nos fora contemplado, pelas antigas famílias portuguesas, que para cá foram enviadas pelo reino de Portugal.
Em prosseguimento a essa minha narrativa, eu reafirmo que fui sempre um felizardo, considerando a premiação de fatos presenciados e outros de minha própria execução.
Fui escolhido por esse acadêmico, visto que era o boy do jornal, para tomar conta de toda a sua correspondência pessoal, por este mundo a fora.
Não estávamos na era virtual, mas eu era um excelente datilógrafo naquela época - daqueles que usava o teclado com os dez dedos - e minha rapidez não saberia executar qualquer trabalho de datilografia de outra forma.
Ele, o Dr. Elmano, como dirigente do jornal, em seus passeios pelas salas da Administração, passava perto de mim, parava ao meu lado e ficava observando a minha atuação na máquina de datilografia.
Daí passou a me dirigir os seus escritos pessoais, arquivados em pasta, que enviava pelo mundo afora, em todas as línguas possíveis e imaginárias, e que pela minha pouca idade, não sabia ler e nem entender, nenhuma delas.
E foi ainda mais além, na delegação de trabalhos a mim conferidos.
Considerando que como um bom dirigente de jornal importante, tinha todo o cuidado de acompanhar como iam os outros principais diários informativos, pelo mundo afora, passou a mim a atribuição de ser responsável pelo acompanhamento da relação de jornais que ficavam sempre empilhados do lado direito de sua grande mesa, de dezesseis gavetas.
Instruiu-me que quando ele os transferisse para o lado esquerdo da mesa, era porque já os tinha lido e então, eu deveria retirá-los e encaminhá-los para o setor de encalhe de jornais velhos. Fiquei responsável por fazer a manutenção da sua leitura dentro do melhor acompanhamento semanal atualizado, tendo que percorrer pelo menos uma vez por semana, a Avenida Central do Rio de Janeiro, a atual Avenida Rio Branco, de ponta a ponta, e de banca em banca de jornais, para compor a sua leitura técnica, no acompanhamento do progresso dos formatos de publicação e das cores das manchetes de cada um dos mais importantes jornais do mundo, com o fim de manter a melhor qualidade do Jornal do Commercio.
Pelo que tenho observado, durante toda a minha vida, mesmo tendo já decorridos 60 anos, pois eu ainda sou leitor, aquela tão falada técnica comercial que ele sempre comentava, ainda vejo presente e dentro daquele mesmo nível seguro de acompanhamento, que por ele foi projetado nos anos 50.
Daqui, parabenizo o presidente atual, o doutor MAURICIO DINEPI.
Fora isto, eu me lembro, que ele como um jurista, já desembargador e um dos imortais da ABL, às vezes me assustava, quando próximo a mim chegava com aquele uniforme negro e bordado de dourado e me passava todo o controle de todos os assinantes das publicações dos códigos - o do processo civil e o do processo penal das leis brasileiras- assim como do ainda antigo livrão que reunia o nosso tão procurado arquivo judiciário, que era impresso também, nas nossas oficinas gráficas, o que me deixou ainda menino, muito mais lisonjeado.
Lembro também que sogro que era do Diretor Presidente do Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro, o doutor Raimundo de Britto, fazia com que eu levasse as informações familiares em forma de documentação para aquele senhor, sempre que necessário, o que ainda me deixava mais orgulhoso da confiança que depositava em mim em assuntos tão sigilosos.
Lembrança essa que me satisfaz ter vivido.

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