Lendo e ouvindo a música


Fofas


Desenhos de Jorge Queiroz da Silva

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Um Coronel brasileiro enobrece o Brasil diante da ONU

Naquela época, eu servia como convocado no Regimento Escola de Infantaria e sentia o maior orgulho em ser comandado pelo Coronel Álvaro Alves da Silva Braga, que exercia a função de nosso Chefe dentro de um Quartel com aproximadamente quatro mil homens.
Esse Quartel pertencia ao Primeiro Grupamento Tático da ONU.
Como era de conhecimento mundial, representava a maior força militar da América Latina.
De uma certa feita, eu fiquei muito orgulhoso ao imaginar que a ONU mantinha em todo o mundo, em diversos Continentes, aquele mesmo processo de defesa, diante de qualquer crise mundial que ocorresse.
Esse Coronel instalou no Regimento Escola, uma granja, com o intuito de suprir a alimentação daquela tropa permanente, que ficaria em exercício no Brasil, por mais de dez anos.
Assim, visava garantir uma economia para aquela 0rganização.
Para que a Granja se sustentasse era necessário um trabalho profícuo e eficiente de toda a tropa. Era naquilo que o Cel. se amparava para levar a efeito sua idéia de redução de custo.
Como o Regimento Escola possuía cinco batalhões, com cinco Companhias de Serviço diferentes, não foi difícil levar a cabo uma programação semanal, em rodízio, durante todo o ano de campanha de instrução.
Eu, como muitos deles, colaborei sobremaneira naquele intuito, pois,a cada semana,quando estava em serviço, transportava em marcha até a Granja, cento e setenta e cinco soldados e cabos, dirigidos por seus sargentos e pelo oficial comandante de um dos pelotões daquela Cia, para realizar um trabalho idealizado por mim, no sentido de manter aquela Granja limpa e produtiva.
Criei grupos diversos de trabalho para capinas, abertura de trilhas na mata, manutenção de galinheiros e pocilgas, bem como dos lagos onde havia a criação de patos. Formatei horário de trabalho e de descanso e refeições durante toda a semana em que estava ativo e no que se refere às capinas, idealizei uma novidade sureal.
Dei a cada um dos soldados, uma área quadrada dentro da mata, estipulada na metragem de quatro passos duplos de comprimento e largura, com cerca de trinta e seis metros quadrados que, como ficavam lado a lado, totalizavam três mil e seiscentos metros de área a ser capinada e limpa durante toda a semana.
Delineado o trabalho, não requeria supervisão, me possibilitando a leitura dos jornais diários, enquanto aguardava a conclusão das tarefas.
Nos horários de almoço e lanche, os soldados colocavam as questões necessárias e me davam ciência das ocorrências.
Minha maior satisfação foi receber o Cel. Álvaro no final da semana que, para minha surpresa, proferiu o maior elogio ao grupo, fazendo questão de formalizar como regra a linha de trabalho que eu adotei. Naquela oportunidade, fez questão de dizer que embora dois batalhões já tivessem passado por lá para realizar aquele trabalho, nenhum deles teve uma idéia tão brilhante como a minha.
O Cel ficou tão incentivado com nossa atuação que, a cada final de ano quando vinham ao Brasil os Generais Comandantes da ONU, ele fazia absoluta questão de levá-los à Granja e exibir aquela grande forma de economia alimentar.
Esse é um dos grandes momentos que eu trago na memória.
(Jorge Queiroz da Silva, em ditado - 03/04/11)

Fonte da imagem:turismomt.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário