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Fofas


Desenhos de Jorge Queiroz da Silva

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

VIDA UMA COMPETÊNCIA PESSOAL E PROFISSIONAL

Não podemos discutir vida sem a associarmos à competência. Seja essa competência exercida na vida familiar ou na profissional.
Numa determinada época da minha vida, eu ingressava em um novo local de trabalho, por ter chegado à conclusão de que os dirigentes de empresas realmente importantes deveriam ser buscados. Naquela busca mudei de mercado por me achar competente para tal.
Ingressei num local totalmente destoante dos meus conhecimentos administrativos trilhados até ali profissionalmente.
A minha experiência anterior tinha sido nas áreas da indústria gráfica (jornais), móveis hospitalares, indústria química e farmacêutica e estágios no Exército brasileiro. Naquelas experiências vivi dezessete anos em cargos de direção.
Certo de minha real competência aceitei aquele desafio, ingressando em uma indústria madeireira exportadora, com trabalhos técnicos inerentes à construção civil e também com trabalhos de exportação dentro do mercado madeireiro. Lá, exercitei o meu conhecimento nas áreas de cais do porto, fazendo assim minha estréia naquela nova especialização.
Assim, passei a ser um estudioso dos diferentes tipos de nossas madeiras de lei, de grande interesse das fábricas mundiais de móveis e utensílios, como o jacarandá, o cedro, o jequitibá, o ipê roxo e a peroba rosa.
Tal empresa na dinamização dos seus processos industriais, buscou em Santa Catarina um excelente profissional, bastante competente em maquinários, para residir no Rio de Janeiro e exercer uma função de comando. Encaminharam-no para a minha área, onde eu atuava como chefe e onde ele pensava ter vindo para chefiar. Apresentou-se a mim como o enviado pela diretoria para desenvolver um trabalho de comando da expansão e racionalização dos processos industriais. Disse que iria iniciar sua atuação pela área técnica da fabricação de pallets para a construção civil e prosseguir na melhoria dos processos de fabricação das principais peças de vendas, como os tacos para pisos desenhados e os frisos-tacos,bem como das madeiras de escoramento relacionadas às cumieiras dos prédios em construção.
Frisou que, como íamos trabalhar juntos, iria iniciar suas providências pelo maquinário. Foi aí que surgiu dias depois, portando duas polias de uma serra especializada em tacos e frisos-tacos, exigindo de mim que as substituísse por duas novas, uma com velocidade maior em trezentas e cinqüenta voltas por minuto no seu ponto mais alto de giro contador e outra, com velocidade mais baixa no seu giro contador em duzentas e cinqüenta voltas. Assegurou que me fazia aquele pedido, para testar meus conhecimentos e que, caso eu não os provasse, se encarregaria de me colocar à disposição para a Diretoria, como incompetente no meu trabalho.
Com toda a convicção que a certeza da minha competência me dava, aceitei o trabalho de pronto, embora não fosse engenheiro mecânico.
De posse das especificações da polia antiga, muni-me de minha régua de cálculo e fiz as novas especificações para as polias requeridas, que encaminhei para a fabricação.
Pedi a urgência devida, pois necessitava o quanto antes provar àquele intruso a minha competência.
Prontas as novas polias, apressei-me a entregá-las, não antes de formalmente, solicitar que tal senhor assinasse o recibo de recebimento daquelas peças tão caras.
Dias depois, ele não teve outro jeito, a não ser adentrar minha sala e me dar os parabéns pelo feito.
(Jorge Queiroz, 10/12/10), em ditado
Fonte da imagem:malumercantil.com.br

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